Quando vemos notícias sobre mulheres vítimas de violência doméstica, a tentativa de explicar estes comportamentos agressivos dos homens são muito simplistas e não dão uma visão mais ampla do problema. As explicações acabam girando em torno da mulher como vítima do machismo.
A única explicação para esta violência é a do homem agressor que faz isto porque está perpetuando uma cultura de opressão do mais forte sobre o mais fraco? Ou existe um perfil psicológico do homem abusador?
Os estudos psicológicos destes homens trazem alguns dados importantes.
O perfil psicológico destas pessoas mostra que eles tem dificuldades para resolver os problemas e desafios da vida, tem baixa autoestima e pouca tolerância à frustração. Não suportam a rejeição, demonstram ciúmes patológico e necessidade de controlar a parceira. São muito sensíveis às críticas, tem um humor muito variável e se irritam com facilidade. Tem dificuldades para controlar a raiva e são mais impulsivos. Não costumam ter habilidades sociais muito desenvolvidas, tem dificuldades para comunicar seus sentimentos e resolver problemas conversando.
Alguns fatores que precipitam a violência são o stress, o uso de substâncias químicas, como álcool e drogas, e a percepção da vulnerabilidade da vítima.
Alguns vem de lares em que a violência era a forma habitual de resolução dos problemas. Foram testemunhas ou vítimas de maus tratos. E continuam reproduzindo isto em sua vida familiar.
Quando eles entram no ciclo de acúmulo de tensão, frustração, mudança rápida do humor, irritabilidade vem a explosão da violência que vai recair sobre o mais fraco.
Os fatores culturais e as crenças que as mulheres tem menos valor e menos direitos que os homens, que são inferiores e mais frágeis, as colocam como alvos mas não explicam estes relacionamentos patológicos.
As principais vítimas destes homens problemáticos são as mulheres que são vistas como mais fracas, impotentes, indefesas, com baixa autoestima, submissas, afetivamente carentes, economicamente dependentes. Porque a raiva é descarregada em cima dos mais vulneráveis. As mulheres vítimas de parceiros agressivos demonstram suas vulnerabilidades e passam a ser alvos fáceis.
Relacionamentos violentos tem de um lado um homem que tem sérias dificuldades para manter o controle sobre sua raiva, são inadequados, emocionalmente frágeis e que tentam, através da força, ter poder e controle sobre o outro. Do outro lado, temos uma mulher com dependência emocional ou material, ou ambos, que é dominada e subjugada pelo parceiro e não demonstra condições de sair do ciclo de violência.
O entendimento de todos estes fatores envolvidos na violência doméstica é importante para que se desenvolvam programas de prevenção e tratamento das vítimas e agressores.
Existem leis que punem o agressor, mas como não há um trabalho focado nas causas destes comportamento, o ciclo de violência se perpetua.
Quanto as vítimas, são necessários programas que fortaleçam sua autoestima, para que saiam desta posição de fragilidade que as tornam alvos fáceis de pessoas abusivas.