A mãe arrastava o molequinho que gritava muito. Pegou-o ao colo, enquanto ele esperneava, chutando tudo. Ele queria porque queria que ela lhe desse um brinquedo.Talvez mais um brinquedo, de tantos que ele já devia possuir, espalhados pela casa.
A mãe constrangida não sabia o que fazer. A criança, muito esperta, percebendo a indecisão da mãe, retomava a gritaria e cada vez berrava mais alto:
– Eu quero, me dá, me solta
A mãe parecia estar quase cedendo, para evitar todo aquele escândalo, preocupada que deveria estar com o que os outros poderiam estar pensando. Seu rosto demonstrava a vergonha que sentia por toda aquela cena armada pela criança.
Os seus nãos estavam ficando cada vez mais fracos, ela quase pedindo pelo amor de deus, para que o menino parasse com todo aquela berraria. Via-se pela fisionomia da criança que ela estava cada vez mais confiante. Sentia a mãe fraquejar, sabia que ela iria ceder e que ele conseguiria mais um brinquedo. Talvez seria somente mais um que, daqui a pouco tempo, estaria jogado em qualquer canto da sala.
Como tantas outras crianças que possuíam tudo o que queriam, parecia que antes de tê-los eles eram tão especiais, tão desejados, que fariam seus donos muito felizes. Depois de ganhá-los, a atenção pelo brinquedo ia diminuindo, até ao ponto de, um tempo depois, ele ser encontrado jogado pelos cantos, como se fosse um objeto qualquer.
Talvez, quando a gritaria começou, o menino até quisesse muito o brinquedo mas desejasse muito mais dobrar a mãe a sua vontade. Com a sensibilidade apurada que as crianças têm, ele poderia estar sentindo que, aquele “não” que a mãe dizia, não queria dizer “não” de verdade.
Na sua hesitação, a mãe se perguntava internamente: Por que não? O que custa dar isto para o menino? Quantas vezes na sua vida ela quis algo que não lhe deram e até hoje ela não esquece?
Mas pode ser que, em meio às dúvidas criadas pelas suas interrogações, mais a vontade de satisfazer a criança, viesse à cabeça a lembrança da sua casa cheia de brinquedos. Brinquedos pouco usados, pouco valorizados. Estes pensamentos contraditórios, dar ou não dar, a deixavam tão hesitante.
Quem ouviu o seu “não”, sentiu que ele saiu de sua boca sem firmeza. O menino, que de tonto não tinha nada, apesar da pouca idade, percebendo a pouca convicção da sua mãe, aumentou o tom dos seus gritos e da choradeira, sem que nenhuma lágrima escorresse pelo seu rosto.
A gritaria da criança era sua arma. A vergonha da mãe, e a vontade de acabar logo com aquele escândalo todo, a faziam fraquejar mais ainda. Ela até que tentou vários argumentos: vou te bater, espera chegar em casa pra você ver. A criança não se abalou nem um pouco com tantas ameaças. Talvez elas já tenham sido feitas em outras ocasiões e, por certo, não foram cumpridas. A criança sabia disto e isto que lhe dava forças para continuar.
No final da guerra entre mãe e filho, vemos o garotinho apaziguado, carregando nas mãos um novo brinquedo e, no rosto, uma expressão de triunfo.
Apenas por observação em locais públicos desta guerra travada entre mães e filhos poderei palpitar, pois nunca vivi esta batalha com os meus. É uma guerra onde não há vencedores. Só perdedores. Perde a mãe por rendição e o filho pelas cicatrizes que esta guerra deixou. Ficarão marcas da falta de educação, do poder pelo grito, da falta de valores, do saber respeitar, e do aprender que o grito e o esperneio substituem a atenção e a falta de amor. Amar não é ceder! Amar é mostrar a vida como ela pode e deve ser.
Acho que esta situação se tornou muito frequente nos últimos anos com certeza nós sessentões não vivemos isto na nossa infância ,os brinquedos eram poucos e muito valorizados eu me lembro de cada um,de uma única boneca,do jogo banco imobiliário que jogávamos com toda a família,do patinete,dos brinquedos que fabricávamos,perna de pau,cocar de índio telefone sem fio,bambolê,minha avó fabricando pipas conosco,enfim era tudo bem tranquilo e harmonioso.Hoje com o “reinado do consumo e do dinheiro,”com a falta autoridade dos pais para com os seus filhos vemos esta situação por você descrita com muita freqüência . A quantidade de brinquedos acumuladas nas casas é impressionante,fora os modismos que as crianças sentem como que uma compulsão por adquirir.Brinquedos caríssimos que dali a dois ou três dias estará jogado num canto,e elas vão brincar no quintal com uma latinha terra e folhas picadas!!!!
Acho que esta situação se tornou muito frequente nos últimos anos com certeza nós sessentões não vivemos isto na nossa infância ,os brinquedos eram poucos e muito valorizados eu me lembro de cada um,de uma única boneca,do jogo banco imobiliário que jogávamos com toda a família,do patinete,dos brinquedos que fabricávamos,perna de pau,cocar de índio telefone sem fio,bambolê,minha avó fabricando pipas conosco,enfim era tudo bem tranquilo e harmonioso.Hoje com o “reinado do consumo e do dinheiro,”com a falta autoridade dos pais para com os seus filhos vemos esta situação por você descrita com muita freqüência . A quantidade de brinquedos acumuladas nas casas é impressionante,fora os modismos que as crianças sentem como que uma compulsão por adquirir.Brinquedos caríssimos que dali a dois ou três dias estará jogado num canto,e elas vão brincar no quintal com uma latinha terra e folhas picadas!!!!